domingo, 2 de setembro de 2007

"Sou virgem, e daí?"


Diferença enorme quando se ama e se conhece o amor


"A castidade é promessa de imortalidade" (Catecismo da Igreja Católica – CIC § 2347).
Diante de tanto acesso aos meios de comunicação nos quais o sexo virou produto que se consome em prateleiras de casas noturnas (ou em qualquer lugar), pronto para escolher com quem se transa esta noite e depois noutra, foi que se banalizou totalmente o afeto! Num país em que falta educação e afeto tudo vira produto, marketing, mídia... Consumismo! E os indivíduos vão se transformando em abismos! Vazios como nunca!
É triste analisar que também hoje a tão falada independência da mulher transformou em exceção o que antes era regra. Claro, sem qualquer julgamento de valor, venho explicitar tal contexto, afinal, cada pessoa tem uma história de vida e nela deixa suas marcas, seus relacionamentos, sofrimentos, motivos e suas carências. O fato é que – em pleno ano de 2007 – afirmar que se é virgem chega a ser assustador aos olhos da sociedade moderna (e que moderna!). Chega a ser cômico. Motivo de chacota. Diagnósticos e preconceito. Que tosco.
Ser independente é belo, tem seus prós, mas não é algo que deve ser apenas próprio da mulher, afinal, temos, como todo e qualquer ser humano, nossas liberdades – mesmo que condicionadas.
Virgindade também não se aplica apenas à mulher, existem homens virgens. No entanto, a mulher se destaca no cenário da independência por ter hoje seu próprio emprego, seu apartamento, ser sustento da casa, ter sua profissão, entre outros. "Coisas de homem", diríamos na década de 70. Saudades dessa época, mas não da submissão. Saudades talvez do equilíbrio, se é que houve algum dia.
Observando os homens atuais, nota-se que aquele que conquistava, convidava para sair, pedia a mulher em namoro, virou passado! A mulher tomou frente, ficou fácil (como se diz por aí)! Mas, onde ficam aqueles que são diferentes desse contexto todo? Que ainda esperam um namoro – à moda antiga –, em que se espera um convite, uma flor, um olhar puro... Expectativas? Será que são apenas expectativas? Será que isso é passado?
Parece que está tudo invertido! Liberdade sexual ou inversão de valores? Independência ou vazio? Que rumo vamos tomar se não tivermos coragem de ser nós mesmos?
Diante de tantas opções, a virgindade virou apenas um detalhe, uma membrana. Porém, que faz uma diferença enorme quando se ama e se conhece o amor, quando se espera a pessoa certa, quando se guarda para ser de um único ser e com ele (a) sermos um! Um contexto cristão que nossa Igreja prega – "O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo" – Catecismo da Igreja Católica (CIC) § 2345. E entre os homens e mulheres o "respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança (...)" CIC § 2350.
A independência aqui se aplica bem: sou virgem, e daí? Não é necessário fazer faixas de divulgação da pureza, pois somos humanos e temos desejos como qualquer outro ser humano. Com um porém: o de sonharmos com alguém que nos receba por inteiro, alguém que caminhe junto e conosco faça parte da eternidade! Alguém que, com ternura, faça parte de nosso interior, que toque com carinho nossa história e nos convide para que juntos construamos a nossa!
Permanecer casta(o) na espera, até encontrar alguém além das teorias, além da obrigação de-ter-que-estar-com, ou até encontrar alguém com quem simplesmente viver a sinceridade de nossa alma, sem seguir padrões aplicados a outrem, mas não à nossa realidade. Um contexto de aprendizagem sobre nós mesmos e sobre a nossa liberdade de gente com desejos naturais, mas que esperam pelo momento mais adequado para se encontrar através de outro.
O que há de errado em ter a coragem de ser você mesmo, sem precisar seguir modismos ou o que a TV Fama aplica aos artistas? (Que, diga-se de passagem, você nem os conhece). Eles são tão humanos quanto qualquer um de nós. Também têm seus vazios, suas sedes e por vezes bem diferentes do que está escrito nas manchetes. Sendo assim, acesse sua verdade e descubra que você tem sim a independência de ser quem você é sem precisar representar dentro da sua própria realidade!
Você não precisa se mascarar, Deus o conhece por completo, e seu corpo é templo do Espírito Santo, respeite cada membro dele! E verá uma maneira linda de sentir-se amado(a), filho(a) deste Pai que nos criou para a felicidade!

Karla Fioravante
www.karlafioravante.com

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